A terapia medicamentosa ajuda a controlar os sintomas da asma, mas não proporciona melhorias adequadas na capacidade funcional e no nível de atividade física dos pacientes asmáticos, além de apresentar riscos de efeitos colaterais. Contudo, a eficácia dos exercícios respiratórios e do treinamento muscular inspiratório tem sido questionada devido à escassez de evidências científicas robustas.
O objetivo deste estudo foi investigar e comparar os efeitos de uma intervenção de 12 semanas com exercícios respiratórios e treinamento muscular inspiratório na função pulmonar, força muscular respiratória e controle da asma, bem como na capacidade funcional e atividade física, em pacientes de meia-idade e idosos com asma.
Foram analisados 60 participantes, com idades entre 40 e 65 anos, diagnosticados com asma por mais de seis meses. Eles foram divididos em dois grupos experimentais: o grupo de exercícios respiratórios (GER) e o grupo de treinamento muscular inspiratório (GTM). Não houve um grupo de controle separado neste estudo, pois ambos os grupos experimentais receberam intervenções.
No grupo GER, os participantes participaram de sessões de exercícios de 25 minutos duas vezes por semana. As sessões focaram em estimular a respiração nasal e diafragmática, aumentar o tempo de expiração, reduzir o fluxo respiratório e regular o ritmo da respiração. O grupo GTM, por outro lado, realizou 30 esforços inspiratórios dinâmicos duas vezes por dia, cinco dias por semana, durante as 12 semanas do estudo. A intensidade de cada inspiração foi definida como 50-60% da pressão inspiratória máxima.
As avaliações foram feitas antes e depois das intervenções para mensurar os resultados. As avaliações incluíram medições da função pulmonar, como o volume expiratório forçado em um segundo e a capacidade vital forçada, que foram realizadas por meio de pletismografia corporal. A força dos músculos respiratórios foi avaliada por meio da medição da pressão inspiratória máxima e da pressão expiratória máxima. O controle da asma foi avaliado usando o Teste de Controle da Asma e o Questionário de Controle da Asma. Além disso, o desempenho durante o exercício foi avaliado por meio do Teste de Caminhada de Seis Minutos, e a frequência cardíaca e a saturação de oxigênio no sangue foram monitoradas durante o teste. A atividade física diária também foi registrada usando o Registro de Atividade Física de Três Dias.
Os resultados revelaram melhorias significativas na força dos músculos respiratórios, medida pela pressão inspiratória máxima (PImax), em ambos os grupos. Isso sugere que ambas as abordagens são eficazes na melhoria da capacidade dos músculos envolvidos na respiração. Além disso, os pacientes experimentaram melhorias na capacidade funcional e na atividade física, com resultados semelhantes entre os grupos GER e GTM.
O grupo GTM se destacou ao produzir aumentos mais expressivos na força dos músculos inspiratórios em comparação com o GER. No entanto, não houve diferenças significativas na função pulmonar ou no controle da asma entre os grupos. Esses achados sugerem que o treinamento muscular inspiratório pode ser uma abordagem valiosa para pacientes com asma que desejam melhorar a força dos músculos respiratórios, assim como os exercícios respiratórios convencionais.
Conclui-se, a partir destes resultados, que intervenções não farmacológicas, como o treinamento dos músculos respiratórios, podem ser benéficas para pacientes com asma, oferecendo melhorias mensuráveis em sua qualidade de vida e função pulmonar.