Exercício físico adaptado para crianças portadoras de Transtorno do Espectro Autista: Aprimoramento da Habilidade Motora

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Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição que afeta, principalmente, indivíduos do gênero masculino que apresentam déficit de neurodesenvolvimento, dificuldades psicossociais e movimentos estereotipados, manifestando disfunções motoras desde cedo. Até o presente momento não foram descobertas as causas ou cura para TEA, contudo, foram desenvolvidos tratamentos de várias diretrizes: medicamentos, acompanhamentos especializados (psicólogos, fonoaudiólogos, TO…) e diferentes protocolos com exercícios físicos para crianças autistas. Assim o estudo teve como objetivo avaliar a influência que a habilidade motora dos grandes músculos tem na obtenção das habilidades básicas.

A amostra foi composta por 24 crianças com TEA (18 meninos e 6 meninas) com idade entre 7 e 8 anos, que passaram pelo critério de diagnóstico de TEA e avaliação da escala psicológica escolar (C-PEP). A pesquisa foi conduzida por 2 avaliadores, 4 observadores, 5 assistentes e professores especializados no tratamento de TEA. As crianças foram separadas em dois grupos e foram analisadas de formas diferente durante as intervenções. O grupo experimental recebeu a intervenção com exercícios adaptados (com objetos), o objetivo foi analisar o desenvolvimento das habilidades dos grandes músculos, já a intervenção do grupo controle teve como objetivo analisar as habilidades motoras simples.

O estudo durou 12 semanas e contou com três etapas, na primeira (pré-intervenção) ambos os grupos passaram por testes de habilidade motora (grandes músculos e habilidades motoras básicas) onde o professor demonstrou os exercícios (com objetos, equilíbrio, flexibilidade dos dedos…) e as crianças repetiram durante uma semana. Na segunda etapa ocorreu a intervenção no grupo experimental 3 vezes na semana por 60 minutos e contou com três momentos, aquecimento que teve função de adaptação das crianças aos outros indivíduos envolvidos, exercícios básicos de movimentação para a familiarização presando a segurança das crianças e por último exercícios específicos demonstrados pelos professores e imitados pelas crianças. Já o grupo controle seguiu os estudos normais e com alguns exercícios que contavam com por exemplo: aula de músicas e exercícios de reabilitação funcional. Na terceira etapa os primeiros testes formam refeitos.

Todas as atividades foram executadas em uma sala de aula controlada e as atividades foram adaptadas de acordo com as necessidades das crianças, com base em observações dos profissionais envolvidos, além de dificuldades apontadas pelos responsáveis das crianças e, como destacado pelos autores, os indivíduos com TEA apresentam dificuldade na transferência do controle motor, ou seja, a apropriação das habilidades adquiridas aplicando nas atividades da vida diária, podendo ser um efeito de alterações fisiológicas, assim, todas as variáveis foram levadas em consideração.

O estudo mostrou que na pré intervenção os grupos não apresentavam diferenças significativas de habilidade motoras, após a intervenção ambos os grupos apresentaram melhoras nas habilidades motoras dos grandes músculos, porém, o grupo experimental apresentou melhora mais significativa. Contudo, nenhum dos dois grupos apresentou alterações significativas nas habilidades motoras básicas após a intervenção. Durante a intervenção com o grupo experimental foi observado que as atividades propostas causaram efeitos positivos no desenvolvimento motor e concluíram que exercícios físicos com objetos melhoram a disfunção motora. Portanto, concluiu-se que o exercício físico adaptado para crianças autistas causam melhoras nas habilidades motoras dos grandes músculos, porém, não geram mudanças significativas nas habilidades motoras básicas.

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Graduação em educação física e saúde pela Universidade de São Paulo (USP).

Referência bibliográfica

WEIHUA, J. et. al. Improvement of the health of people with autism spectrum disorder by exercise. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. Brasil, v.27, n.3, p.283 - 285, 2021.

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