É incerta a eficácia da prática de atividade física durante o tratamento de câncer de mama. Vários estudos já foram realizados comparando e testando a eficiência de exercícios aeróbicos ou de resistência, durante ou após o tratamento, afim de melhorar a qualidade de vida e como forma de prevenção. As únicas comprovações foram que exercícios físicos ajudam a desenvolver os músculos profundos e melhoram a qualidade do sono dos indivíduos com câncer de mama.
O objetivo do estudo foi testar três formas de treinamento e sua eficiência na melhora da qualidade de vida de indivíduos do sexo feminino com câncer de mama.
O estudo contou com 301 mulheres não gestantes, com no mínimo 18 anos, diagnosticadas com câncer de mama estágio I-IIIc, com o tratamento de quimioterapia iniciado e que não passaram por outras cirurgias abdominais ou não tenham a liberação oncológica.
O método de avaliação utilizado pelo estudo foi o de Combined Aerobic and Resistance Exercise (care trial), que consiste em três intervenções: treinamento aeróbico por 25-30min (Stand), treinamento aeróbico 50-60min (High) e treinamento aeróbico por 50-60min combinado com exercício de resistência (Comb). Assim, cada participante foi aleatoriamente alocada para um tipo de intervenção.
Os exercícios de intervenção duraram uma média de 17 semanas e foram iniciados após a 1-2 semana de quimioterapia e finalizada antes da 3-4 semana da última quimioterapia. Os três grupos (stand, high e comb) receberam as intervenções três vezes por semana. Após o período de intervenção houve a possibilidade de as participantes continuarem os exercícios, inclusive, podendo trocar de intervenção.
Os resultados foram coletados por questionários aplicados em 6, 12 e 24 meses após o término das intervenções e também foram utilizados testes clínicos e laboratoriais como o teste de Peak para determinar a consumo de oxigênio e o nível de força muscular utilizando a capacidade máxima de repetições de exercícios específicos com leg press.
Ao final do estudo apenas 263 pessoas executaram as avaliações ao longo dos 12 meses de intervenção. Os motivos de exclusão ou desistência das intervenções variaram desde falta de preenchimento das avaliações nos períodos corretos à pioras de saúde. Após a coleta de dados observou-se que o perfil da amostra era predominantemente composto por mulheres de 50 a 87 anos, com nível I de câncer de mama.
Em suma, após a intervenção, os grupos high e comb apresentaram um melhor desenvolvimento, melhor qualidade de sono, diminuição da fadiga, da ansiedade e aumento nos níveis de felicidade nas pacientes com câncer de mama quando comparado ao grupo Stand, porém, o grupo comb apresentou melhora mais significativas em 6 a 12 meses de treino em todas as variantes dos aspectos citados, além da maior aderência após o tratamento, levando à melhora de força e resistência muscular.
Uma limitação do estudo foi a possibilidade de realocação das pacientes em outros grupos dependendo de suas necessidades e, também, a utilização do CARE, pois depende da aderência dos participantes com o exercício físico executado.
Desta forma, os autores concluíram que a prática de exercício físico, principalmente exercícios combinados (aeróbicos e de resistência), durante e após o tratamento do câncer de mama, pode melhorar a qualidade de vida aumentando a força e resistência dos músculos, também constataram que consequentemente pode haver melhora no tratamento e na aderência dos exercícios a longo prazo auxiliando na prevenção contra um segundo câncer de mama.
Eficácia de exercícios físicos no tratamento de câncer de mama: exercício aeróbico versus exercício resistido.
Cadastre-se ou faça login para acessar esse e outros conteúdos na íntegra gratuitamente.