Os portadores da Doença de Parkinson (DP) apresentam manifestações motoras como tremor de repouso, rigidez, lentidão de movimentos e instabilidade postural, além de complicações neuropsiquiátricas, cognitivas e funcionais, acarretando à dependência de cuidados e levando o paciente a desenvolver mais facilmente sinais de ansiedade e depressão.
A indicação de tratamentos através da atividade física para este grupo é de exercícios de resistência e alongamento, por melhorarem a mobilidade, equilíbrio e marcha. O yoga também é indicado, uma vez que integra corpo e mente demostra ser superior aos outros tipos de exercício por cooperar com o tratamento de sintomas de estresse. Observando este cenário, o estudo teve como objetivo comparar os efeitos dos exercícios de resistência e alongamento contra as práticas de yoga no tratamento de indivíduos com DP e depressão e ansiedade.
A metodologia do estudo contou com 138 participantes, com idade entre 38 e 85 anos, perfil sociodemográfico similar e com DP de leve a moderado, que foram divididos em grupo experimental (71) e grupo controle (67). As intervenções duraram 8 semanas, com uma sessão semanal apenas, mas com orientações para praticarem sozinhos mais 2 vezes na semana. O tempo de prática da yoga foi de 90 minutos abrangendo 12 posições Hatha Yoga distribuídas em: 60 minutos de saudação ao sol, 15 minutos de controle da respiração e mais 15 minutos de mindfulness. Já o teste com exercício de alongamento e resistência teve 60 minutos com aquecimento, treino de resistência e alongamento e volta calma.
As medidas de avaliação foram realizadas no início do ensaio (T0), pós experimento (T1) e 20 semanas depois do final do experimento (T2). Os testes aplicados foram: a Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HADS), a Escala de Avaliação da Doença de Parkinson Unificada da Sociedade de Distúrbios do Movimento (MDS-UPDRS) – Parte III, a mobilidade pelo teste do Timed Up and Go Test e Escala Holística de Bem-Estar.
Desta forma foi possível observar que o grupo de intervenção com yoga apresentou melhores resultados quando comprado ao grupo de alongamento e resistência nos níveis de ansiedade e depressão, nos sintomas da Doença de Parkinson e na equanimidade (serenidade mental). Ressaltou-se no texto que os dois grupos tiveram significâncias parecidas na melhoria de habilidades motoras, mas o a yoga se sobressaiu por oferecer ainda mais benefícios para indivíduos com Parkinson e colaborar com o aumento da qualidade de vida dos mesmos.
O estudo concluiu, então, que a yoga, um exercício para o corpo e mente, oferece ganhos substanciais para portadores da DP de leve-moderada ao ajudar no sistema motor e no equilíbrio espiritual desses indivíduos. Por este motivo os pesquisadores sugerem que programas de reabilitação deveriam considerar a inclusão da yoga em seus tratamentos de condição neurodegenerativa.
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