Como a caminhada associada a atividades socioculturais afetam a pressão arterial de indivíduos hipertensos

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A hipertensão é uma das doenças crônicas mais comuns na atualidade, considerada um fator de risco para o desenvolvimento de outras doenças cardiovasculares e diabetes por exemplo, normalmente tratada farmacologicamente em conjunto com reeducação alimentar. Através de um tratamento não farmacológico, o estudo em questão apresenta a resposta do controle da pressão arterial por meio da prática de atividade física continua.

A amostra do estudo foi composta por 207 indivíduos que apresentavam hipertensão arterial (controlada ou não controlada) diagnosticada há mais de um ano, distribuídos em dois grupos, intervenção com 152 participantes (GI) e o grupo controle com 55 (GC). O programa de intervenção em atividade física teve duração de 9 meses, consistiu em 2 sessões supervisionadas de caminhada por semana em grupos de 15 a 30 pessoas com duração de 60 minutos cada, totalizando 120 min/semana, em conjunto a atividades socioculturais mensais. As caminhadas eram realizadas em circuitos de cerca de cinco quilômetros ao redor da cidade e as atividades socioculturais incluíram visitas a museus, bibliotecas, exposições culturais, atrações turísticas e aulas de dança. Durante a intervenção, nenhum conselho alimentar foi dado aos participantes para que eles não modificassem seu consumo alimentar.

Os níveis de atividade física foram medidos usando a versão curta do Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ-s) calculando a intensidade, frequência e duração da atividade física. O equivalente metabólico da tarefa foi obtido através do cálculo do gasto energético médio por min/semana para cada nível de intensidade de atividade física por semana, e o consumo alimentar foi avaliado por meio de um questionário de frequência alimentar aplicado durante entrevistas.

A avaliação de risco de doença cardiovascular, foi dada tendo como base a escala “Registre Gironí del Cor” (REGICOR), que calcula a pressão arterial em relação com nível de colesterol. A pressão arterial foi medida com um esfigmomanômetro manual com os participantes em repouso por pelo menos cinco minutos. Três registros foram feitos e a média da segunda e terceira leituras foi utilizada, foi considerado PA controlada quando os valores de PAS e PAD < 140/90 mmHg, segundo a Sociedade Europeia de Cardiologia. Também foi calculado o índice de massa corporal e qualidade de vida relacionada com saúde pelo questionário Short Form Health Survey (SF-36), que avalia domínios físicos e mentais.

O GI apresentou redução de risco de desenvolver doenças cardiovasculares e − 8,68 mmHg no nível de PAS, o que aumentou o número de indivíduos com a PA controlada, em comparação com GC. Além de ter um aumento de aproximadamente 50% a pratica de atividade física na fase final de intervenção, enquanto o grupo controle diminuiu a pratica. Ao final do programa 35% da AF corresponde à caminhada no programa de intervenção e 65% a outras atividades fora do programa no grupo intervenção.

Assim o artigo conclui que a intervenção com atividade física reduziu o risco de doenças cardiovasculares e hipertensão arterial sistólica, aumentou os escores de qualidade de vida medidos pelos questionários aplicados e incentivou a prática de atividade física em momentos de lazer em indivíduos hipertensos.

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Graduação em educação física e saúde pela Universidade de São Paulo (USP).

Referência bibliográfica

ARIA, V. Physical activity, cardiovascular health, quality of life and blood pressure control in hypertensive subjects: randomized clinical trial. Health quality of life outcome. Inglaterra, v.16, n.1, p.1-11, 2018.

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Exemplo: Graduação em educação física e saúde pela Universidade de São Paulo (USP)