A obesidade infantil afeta cerca de 13 milhões de crianças nos Estados Unidos, consequência de um estilo de vida sedentário já implementado na mais tenra idade, quanto menor a prática de atividades físicas menor a probabilidade de prática no futuro assim apresentando maior riscos de desenvolvimento de doenças cardiovasculares e diabetes, porém o oposto também é válido, quanto maior o nível de prática de atividades físicas maior a chance de permanência, assim diminuindo riscos a doenças.
O estudo tem como objetivo examinar os efeitos da prática regular de atividade física em crianças e adolescentes, de 5 a 14 anos em diferentes frequências, 2 dias/semana e 3 dias/semana. Foram analisadas 707 crianças, 274 crianças no programa de 2 dias/semana (G2), 151 crianças no programa de 3 dias/semana (G3) e 282 crianças do grupo controle (GC), que não realizou nenhuma atividade. A intervenção foi realizada por meio do programa de atividade física, Build Our Kids Success (BOKS), durante 12 semanas, as sessões duravam uma hora antes do horário letivo e começavam com um jogo de aquecimento, passando para corrida, corridas de revezamento ou pista de obstáculos, e incluía uma habilidade por semana como correr, pular ou realizar o exercício prancha.
Todas as crianças foram avaliadas igualmente, foram tiradas medidas como altura e o peso da criança sem sapatos e com roupas leves, com balança e estadiômetro. A partir destas medidas foram calculados, IMC infantil, escore z de IMC específico para idade e sexo e categorias de percentil. Segundo as diretrizes dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças, as categorias de percentil foram categorizadas como normal, excesso de peso, obesidade e obesidade grave.
Para análise socioemocional (vitalidade/energia), as crianças com obesidade infantil responderam em uma escala de 5 pontos a perguntas sobre interações com pares, afeto positivo e satisfação com a vida. Para relacionamentos entre pares, as crianças responderam a oito afirmações sobre a qualidade das relações com amigos e outros pares nos últimos 7 dias. Para afeto positivo, as crianças avaliaram com que precisão cada uma das dez afirmações relacionadas à emoção positiva nos últimos 7 dias correspondiam a sua percepção. Para satisfação com a vida, as crianças avaliaram com que precisão cada um de cinco depoimentos descreveram seus sentimentos sobre a vida. Com base nas Healthy Pathways Child Report Scales (para 9 a 11 anos), as crianças responderam em uma escala de 5 pontos a quatro questões sobre sua saúde e nível de energia (subescala vitalidade/energia) e seis afirmações sobre quão interessados e envolvidos eles estavam na escola.
O GC e G2 diminuíram ligeiramente ou permaneceram estável o escore z do IMC durante todo o período de intervenção. Já o G3 diminuiu o percentual de alunos classificados com excesso de peso em comparação com o grupo controle em 3 meses de acompanhamento. O G2 apresentou melhores resultados quando analisados apenas os dados socioemocionais e o engajamento dos alunos na escola em relação ao G3, mas ambos apresentaram melhor desempenho nas atividades escolares em relação ao grupo controle, por estimular maior prazer nas atividades por causa da interação com amigos.
O programa de atividade física antes das aulas onde as crianças com obesidade infantil participaram 3 dias por semana resultou na melhoria do IMC e preveniu aumento das taxas de sobrepeso e obesidade. Ambos os grupos do programa de exercícios físicos BOKS experimentaram uma série de melhorias no bem-estar emocional também, sendo o mínimo a prática regular duas vezes por semana para obter resultados, aumentar o acesso a um programa de atividade física antes da escola tem o potencial de impactar positivamente a saúde física e mental da criança, além de melhorar o seu desempenho estudantil.
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