Estudos anteriores demonstraram a relação da prática de exercícios físicos para diminuir os níveis de depressão, principalmente através da melhora dos aspectos de interação social. Algumas pesquisas começaram a analisar a prática de atividade física como parte do tratamento das patologias psicológicas, buscando compreender a perda de autonomia funcional e o aumento do estresse oxidativo em indivíduos com quadros depressivos. Assim, o objetivo do presente estudo foi observar a eficácia da prática de atividades aquáticas na melhora da autonomia e do estresse oxidativo ligado a saúde mental, tendo como público alvo pessoas sedentárias e com depressão.
O estudo durou 5 meses e contou com 30 participantes (16 com depressão e 14 sem depressão) sedentários, de ambos os sexos, com idades entre 50 a 80 anos. O diagnóstico de depressão foi feito com base nos critérios do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM5). Já os indivíduos saudáveis foram classificados neste grupo de acordo com as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS). Antes e após o período de intervenção os participantes passaram por testes clínicos para detecção dos marcadores de estresse oxidativo, avaliação da capacidade física e saúde mental.
Após os testes os participantes foram separados em dois grupos: um com indivíduos com depressão e o outro apenas com indivíduos sem depressão, ambos foram iniciados ao treinamento aquático com o mesmo protocolo de treinamento aquático na piscina por 12 semanas, com 2 sessões por semana (terça e quinta-feira), de 45 minutos cada (aquecimento, 40 minutos do treino principal e mais 5 minutos de alongamento). Os dois grupos fizeram a mesma rotina de treino: 9 exercícios por sessão, com 4 repetições de cada execução por 30 segundos e intervalos de 10 segundos, mantendo a frequência cardíaca entre 50-60% ou a escala Borg entre 13-14 pontos. Os exercícios aplicados envolviam grandes grupos musculares de membros superiores e inferiores agindo simultaneamente.
Os resultados do grupo intervenção foram uma redução de 53% e 48% nos níveis de depressão e ansiedade, respectivamente, incremento de 33% em mobilidade, 9% em estabilidade e 44% em flexibilidade e melhora nos níveis de estresse oxidativo pela diminuição de 46% em proteína carbonilada e 60% em ácido nítrico, biomarcadores de estresse oxidativo, além do aumento de 170% e 160% nos indicadores de GSH e SOD (antioxidantes), respectivamente.
Ao final do estudo os autores constataram que o exercício aeróbico feito no meio aquático realmente melhora aspectos da depressão e da ansiedade, diminuindo os níveis de β-endorfina, apresentando efeito antidepressivo e ansiolítico. Também demonstrou melhoras substanciais na autonomia funcional com aumento das habilidades, diminuição de fragilidade e de quedas, aumento de equilíbrio, força e flexibilidade, e também na diminuição do estresse oxidativo. O estudo conclui que a prática contínua de duas vezes semanais foi suficiente para obtenção dos resultados positivos nos níveis de depressão e na autonomia funcional dos indivíduos estudados. Porém, uma limitação do estudo foi o antagonismo de resultados em relação a estudos anteriores.