Asma aumenta o risco de problemas cardiometabólicos? Como o HIIT pode auxiliar na diminuição deste risco?

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Estudos prévios têm apontado a correlação da asma com problemas cardiometabólicos, principalmente durante a juventude, sendo que a asma um processo inflamatório no pulmão, assim a correlação é sustentada por haver chances de a inflamação atingir e influenciar outros sistemas principalmente o cardiovascular. Neste cenário o estudo apresenta a hipótese que indivíduos asmáticos com risco de desenvolvimento de doenças cardiometabólicas, tenderiam à melhoras após a intervenção com o HIIT. Desta forma, o objetivo do estudo foi analisar a relação entre ambas características e o efeitos da prática do HIIT em adolescentes, durante 6 meses de treinamento. O HIIT foi escolhido como intervenção uma vez que a modalidade têm apresentado, em estudos anteriores, resultados positivos frente a condição cardiorrespiratórias e cardiometabólicas em jovens.
Foram incluídos no estudo 65 adolescentes, do sexo masculino, donde todos passaram por testes de medidas onde os scores foram pré determinados pelos autores, sendo um dos critérios para a amostra do grupo com asma de ter a doença estável, definida por não apresentar crises a pelo menos 4 semanas. Os participantes foram separados em dois grupos, sendo um composto apenas por indivíduos com asma (33 participantes – 16 intervenção e 17 controle) e o outro com adolescentes saudáveis (32 participantes – 16 intervenção e 16 controle).
A intervenção aplicada para ambos os grupos (32 – 16 asma e 16 saudável), consistia em 6 meses de prática de HIIT com duração de 30 min cada com três práticas semanais, sendo as atividades baseadas em circuitos e em jogos, com durações da alta de intensidades aumentadas de 10 a 30s a cada pico de intensidade. Durante as práticas foram monitoradas as frequências cardíacas, considerando o valor obtido pelo teste do Tanaka et al.
Para a correlação entre a asma e riscos cardiometabólicos, vários testes clínicos forma realizados como: avaliação de vasos, aferição da frequência cardíaca, condições metabólicas e função pulmonar.
Os autores analisaram ao final do estudo que não foi possível observar a correlação de riscos cardiometabólicos com a presença de asma. Entretanto, obtiveram que em ambos os grupos a intervenção com o HIIT apresentaram mudanças na pressão arterial, mas os autores relacionam essa mudança com a adaptação ao exercício, sendo em nível lipídico e/ou de mudança da frequência cardíaca.
Desta forma, o estudo não foi capaz de relacionar a amplificação dos riscos de problemas cardiometabólicos pela presença da asma, e nem que o HIIT poderia de alguma forma auxiliar especificamente neste caso. Entretanto ambos os grupos apresentaram melhoras cardiorrespiratórias e cardiometabólicas, podendo ser relacionadas a adaptação fisiológica ocasionada pela própria prática como previsto na hipótese, assim não estando relacionada uma mudança mais significativa por uma disfunção ou pré condição dos indivíduos.

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Graduação em educação física e saúde pela Universidade de São Paulo (USP).

Referência bibliográfica

MCNARRY M. A. et al. Asthma and high‑intensity interval training have no effect on clustered cardiometabolic risk or arterial stiffness in adolescents. European Journal of Applied Physiology. V.121, p. 1967-1978, 2021.

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Exemplo: Graduação em educação física e saúde pela Universidade de São Paulo (USP)