A hipertensão é caracterizada por níveis elevados sustentados de pressão arterial, sendo que existem várias complicações decorrentes dessa doença, como o AVC, que estão entre as principais causas de mortalidade e morbidade. Sendo assim, fica evidente a importância de controlar a hipertensão através de diversas alternativas, uma delas é o exercício físico aeróbico convencional, porém, possui uma aderência baixa entre os hipertensos. Com isso, surgiu a alternativa de praticar exercício físico através da reabilitação virtual. Por ser uma prática relativamente recente, há poucos estudos que investigaram essa estratégia no tratamento de cardiopatas.
Por isso, o objetivo deste estudo foi observar se há melhoras na pressão arterial, condicionamento físico e qualidade de vida de hipertensos através de um programa de reabilitação cardiovascular virtual (RCV), ou seja, como os jogos interativos para hipertensos podem impactar na reabilitação desta população.
O estudo contou com 59 participantes que se encaixavam nos seguintes critérios: diagnóstico de hipertensão controlada com ficha de encaminhamento médico para tratamento fisioterapêutico pela rede pública local de saúde; qualquer etnia ou gênero; sem histórico de distúrbios ortopédicos, neurológicos ou psicológicos; com 30 anos ou mais e não ter praticado atividade física nos últimos três meses. A amostra foi dividida em três grupos: o grupo controle (CO, n=20), no qual não realizaram nenhum tipo de AF; o grupo da reabilitação cardíaca convencional (RCC, n=20) e o grupo da reabilitação cardíaca virtual (RCV, n=19).
O grupo RCC três sessões por semana de 50 minutos de exercício aeróbio em esteira, em dias não consecutivos, por 12 semanas. Já o grupo RCV realizou duas sessões por semana, de 70 minutos em dias não consecutivos, durante 15 semanas. Esse grupo realizou seis exercícios aeróbios, três para membros superiores e três para membros inferiores a partir dos videogames Nintendo Wii e Xbox 360. Ambos os grupos realizaram os exercícios em uma zona alvo de 60-70% da frequência cardíaca.
Antes de começar os protocolos, foram medidos os valores de pressão arterial, através de um esfigmomanômetro no braço esquerdo na altura do coração com os pacientes em repouso por 10 minutos. Já o condicionamento físico foi medido pelo teste de caminhada de seis minutos (TC6) e a qualidade de vida foi avaliada através do questionário SF-36. Todas essas avaliações foram refeitas após dois dias da última sessão.
O estudo observou uma redução significativa da pressão arterial sistólica e diastólica no grupo RCC, enquanto o grupo RCV não demonstrou nenhuma redução, porém, apresentou uma melhora significativa na distância percorrida no teste de caminhada, algo que não foi encontrado no RCC. Já em relação à qualidade de vida, tanto o RCC como o RCV foram observadas melhoras.
Para concluir, o estudo conseguiu demonstrar a eficiência da reabilitação cardiovascular virtual nos parâmetros de qualidade de vida e na capacidade funcional nos hipertensos. Com relação a redução dos valores da pressão arterial, a reabilitação cardíaca convencional ainda demonstra melhora mais significativa quando comparada à reabilitação cardíaca virtual com jogos interativos para hipertensos, porém, visto a baixa aderência da população hipertensa a esse tipo de atividade, já relatada em estudos anteriores, se vê a importância da implementação de protocolos com atividades físicas virtuais para aumentar a motivação e adesão desta população.
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