O diabetes mellitus tipo 2 (DM2) é caracterizada pela resistência do corpo à ação da insulina, o que a aumenta os níveis de glicose disponíveis na corrente sanguínea. Esta doença é fortemente associada a obesidade e a osteoartrite (OA), além de resultar em complicações, como incapacidade física, neuropatia, doenças cardiovasculares e comorbidades crônicas.
Pacientes com DM2 apresentam uma resposta inflamatória devido a sua frequente condição de sobrepeso e hiperglicemia, o que pode danificar a cartilagem articular, podendo ser assim ser um preditor de osteoartrite (OA). Estudos mostram que a prevalência de diabetes mellitus (DM) em pacientes com OA é de 14,4%, em contraste, o percentual de OA encontrado em pacientes com DM é de 29,5%.
A OA é uma doença caracterizada por alterações inflamatórias e degenerativas das articulações, e sua sintomatologia reduz a autonomia na realização de atividade diárias, principalmente quando atinge articulações de membros inferiores aumentando a fraqueza dos músculos: quadríceps e glúteos.
Por este motivo o estudo teve como objetivo investigar qual tipo de exercício resistido é mais adequado para melhora dos sintomas, da funcionalidade e do desempenho das atividades diárias em pacientes diabéticos com osteoartrite no joelho. Para isso, comparou a resposta à intervenções com exercícios físicos dinâmicos e isométricos.
O estudo contou com 60 participantes, com idade entre 60 e 70 anos, sendo 30 participantes alocados aleatoriamente no grupo que realizou exercícios dinâmicos e 30 no grupo que realizou exercícios isométricos. Os pacientes foram recrutados através da análise dos prontuários eletrônicos dos pacientes do Hospital Memorial Kaohsiung Chang Gung, em Taiwan. O corpo clínico selecionou apenas pacientes que atenderam aos critérios de inclusão, ou seja, aqueles com DM2 adquirido e OA do joelho.
A equipe clinica do centro médico foi responsável por instruir os participantes sobre a execução adequada dos exercícios. Já a adesão da amostra ao programa era acompanhada semanalmente por meio de ligações telefônicas ou via aplicativo.
O grupo que realizou exercício dinâmicos de resistência, utilizou faixas elásticas prescritas gradualmente, nas primeiras duas semanas realizaram os exercícios prescritos com uma faixa elástica leve, depois progrediram adicionando um maior estiramento à banda elástica até que conseguissem passar para uma faixa de maior dificuldade. No programa, foram utilizados exercícios sentados para treinar os principais grupos musculares das extremidades inferiores sem desafiar o equilíbrio. Os pacientes realizaram 5 séries de 10 repetições por 3 dias da semana durante 12 semanas.
Os exercícios realizados no grupo isométrico foram os mesmos realizados no grupo dinâmico, porém, sem uso de uma banda elástica. O programa contou com exercícios simples de 5 séries de 10 repetições com uma espera de 10 s por 3 vezes da semana durante 12 semanas.
Ao final das 12 semanas de intervenção, a fim de avaliar o índice glicêmico, nível de força, agilidade, equilíbrio, e dor foram utilizados os seguintes testes: análise da hemoglobina glicada (hba1c), teste sentar e levantar (CST), Up and Go (TUG) e Escala de dor WOMAC (Western Ontario e McMaster Universities Osteoarthritis).
Os resultados apontaram que o nível de HbA1c não sofreram alterações estatisticamente significativas ao longo do tempo dentro dos grupos ou entre grupos, ou seja nenhuma das intervenções foi capaz de diminui o índice glicêmico dos pacientes.
Foi possível observar uma melhora nos resultados no teste sentar e levantar (CST) quando comparados aos scores pré-intervenção em ambos grupos, porém, a os indivíduos que realizaram os exercícios dinâmicos apresentaram resultados ainda mais expressivos. O mesmo cenário foi obtido nas avaliações com o Teste Up and Go (TUG) onde apenas os indivíduos do grupo que realizou exercícios dinâmicos atingiram uma diminuição clinicamente importante de 1,2s. no tempo total de execução.
A variação percentual pré e pós-intervenção para o escore total de WOMAC foi significativamente maior no grupo dinâmico (54,5%) do que no grupo isométrico (34,5%). O que demonstra diminuição na percepção da dor após realização do protocolo de 12 semanas de treinamento.
Desta forma foi possível concluir que o programa de exercícios de resistência dinâmica levou a uma melhora superior na força muscular, equilíbrio e função física em comparação com o exercício isométrico nos pacientes diabéticos com osteoartrite de joelho, demonstrando melhorias significativas nas pontuações nos testes CST, TUG e WOMAC.
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