Há diversos problemas de saúde encontrados atualmente na sociedade, um deles é a hérnia de disco lombar. Essa patologia pode causar limitações físicas e sociais e tem alta prevalência em jovens adultos. Há diversos tratamentos recomendados, desde tratamentos cirúrgicos até os não-cirúrgicos, sendo que esses demonstram resultados mais favoráveis para alívio os sintomas causados por este patologia.
Entre os tratamentos não-cirúrgicos, pode-se citar os exercícios de estabilização da coluna lombar que fortalecem musculaturas mais profundas e melhoram a flexibilidade. Mesmo tendo uma forte base teórica evidenciando seus benefícios para a reabilitação da coluna lombar, este exercício nunca foi comparado com outro tratamento em pacientes com hérnia de disco lombar. Por isso, este estudo teve como objetivo observar os efeitos dos exercícios de estabilização lombar e dos exercícios gerais na intensidade da dor lombar e nas pernas e na capacidade funcional em pacientes jovens do sexo masculino com hérnia de disco lombar.
Para realizar o estudo, foram selecionados 63 pacientes do sexo masculino, com idade entre 20 e 29 anos e que foram diagnosticados com hérnia de disco lombar e tratados no departamento de ortopedia de Pequim. Os participantes foram divididos em dois grupos: o grupo da estabilização lombar e o grupo de exercícios gerais.
Antes de iniciar os protocolos, ambos os grupos realizaram uma semana de terapia com laser de baixa potência na região lombar, além de receberem instruções de autocuidado, com objetivo de aliviar os quadros agudizados de dor. Após essa primeira semana, os pacientes realizaram 12 semanas de tratamento com três sessões por semana de 45 minutos cada.
O grupo de exercício geral realizou fortalecimento dos músculos flexores de abdômen e extensores lombares e alongamento de coluna e de membros superiores e inferiores.
Já o grupo de estabilização lombar, realizou alongamentos dos músculos profundos e fortalecimento dos músculos superficiais e profundos do abdômen e tronco. Os pacientes foram instruídos a realizarem contrações isométricas para ativar os multífidos lombares e o transverso do abdômen e após esta atividade a realizarem exercícios de estabilidade lombar estática (como abdominais, ponte pélvica, prancha prono) e depois progredirem para dinâmica. Para finalizar, transferiram esses exercícios específicos para atividades da vida diária.
Foram realizadas duas avaliações, uma para medir a intensidade da dor através da escala analógica visual de 0 a 10 e outra sobre a capacidade funcional através do Índice de Incapacidade de Oswestry, sendo que quanto menor os escores, melhor sua capacidade funcional. Elas ocorreram antes da intervenção, sete dias após a terapia com laser de baixa potência (apenas avaliação de intensidade de dor), três meses após o protocolo de exercícios, e também depois de 12 meses após intervenção.
Ao comparar os grupos separadamente, o estudo observou uma melhora tanto na intensidade da dor como na capacidade funcional em ambos os grupos quando observadas as avaliações antes da intervenção e os resultados após três meses e 12 meses do protocolo. Além disso, constatou-se uma melhora da dor sete dias após a terapia com laser de baixa potência.
Porém, quando foi comparado um grupo com o outro, não foram observadas diferenças significativas na intensidade da dor nas pernas em nenhuma avaliação tanto quanto na dor lombar e na capacidade funcional na pré-intervenção, sete dias após a terapia e após três meses de exercícios entre os grupos. Só foi possível verificar diferença após 12 meses do protocolo de exercícios, evidenciando escores significativamente menores para o grupo de estabilização lombar na capacidade funcional, com escores de 9,28 para os pacientes que realizaram os exercícios de estabilização e 16 para o grupo que realizou exercício geral e na intensidade da dor lombar (0,45 para o grupo de estabilização versus 1,27 para o grupo geral).
Com isso, pode-se concluir que a melhor intervenção possível seria utilizar a terapia com laser de baixa potência para aliviar a intensidade da dor na fase aguda da hérnia de disco lombar combinada com exercícios de estabilização lombar, no qual demonstrou melhores resultados em longo prazo. Porém, fica evidente que ambas as intervenções são benéficas, mostrando assim, diferentes meios de tratar essa patologia em adultos jovens.