O artigo foi estudou os efeitos do exercício para pessoas com câncer com ou sem supervisão profissional. O programa comparou os efeitos de exercícios de resistência e aeróbio (baixa a moderada versus alta intensidade em ambos) em pacientes em tratamento (neo) adjuvante contra o câncer. Entende-se por tratamento (neo)adjuvante toda intervenção terapêutica realizada antes do período de tratamento principal da doença como início da químio ou radioterapia e/ou processos cirúrgicos. Os objetivos secundários do estudo foram determinar os efeitos sobre a Qualidade de Vida relacionada com a Saúde (QVRS), ansiedade/depressão, função no cotidiano, condicionamento cardiorrespiratório, força muscular, nível de atividade física, tempo sedentário, sono e taxas de conclusão do tratamento.
O estudo foi realizado na Suécia e durou 6 meses. A amostra foi composta por 577 participantes com idade média de 58 anos, recentemente diagnosticados com câncer de mama, próstata ou colorretal. Todos os indivíduos foram alocados em 4 diferentes grupos: o que praticou exercícios de alta intensidade (n=144), o que praticou em intensidade baixa a moderada (n= 144), o que praticou exercícios de alta intensidade com supervisão profissional (n= 144) e o grupo que foi submetido a exercícios de intensidade baixa a moderada com supervisão profissional (n= 145). Os exercícios aeróbio de alta intensidade foram realizados com o HIIT e os de intensidade leve a moderada em esteiras ou bicicletas ergométricas durante 150 minutos por semana.
Os resultados foram avaliados em casa, antes do período de intervenção e imediatamente após sua finalização. A fadiga relaciona ao câncer foi avaliada com o Inventário de Fadiga Multidimensional (IFM), medindo fadiga geral, física e mental, motivação reduzida e atividade reduzida, e a QVRS foi mensurado através do questionário EORTC QLC-C30. Já a ansiedade e depressão foi avaliada com a Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HADS) e a força muscular por sua vez foi medida com um teste máximo de repetição (RM) das extremidades superiores e inferiores.
Segundo o questionário aplicado no estudo, a intensidade do exercício ou a presença do profissional não demonstrou diferenças significativas na Qualidade de Vida Relacionada com a Saúde (QVRS).
Os autores encontraram que pacientes submetidos a tratamento neoadjuvante de câncer encontram benefícios na atividade física tanto de baixa quanto alta intensidade de maneira similar, apenas com uma diferença mais acentuada na aptidão respiratória de pessoas que treinaram em intensidade baixa e moderada com supervisão profissional. Importante ressaltar que houveram poucos e pequenos eventos adversos durante todo o período de intervenção, sugerindo que o exercício para pessoas com câncer, mesmo em alta intensidade, é seguro.