O artigo realizou uma análise observacional de um estudo realizado na Alemanha em um hospital especializado em câncer sobre os efeitos da prática de yoga em pessoas em tratamento de câncer. Pacientes com diferentes tipos de câncer foram incluídos na amostra, respeitando os seguintes critérios: presença de uma doença tumoral e idade de 18 anos ou mais. Após serem instruídos sobre como funcionariam as intervenções e consentirem a participação no estudo, foram alocados em dois grupos: o grupo que recebeu a terapia de Yoga e o grupo controle que durante o período de intervenção não participou das práticas. Após o término do estudo os indivíduos do grupo controle também foram contemplados com aulas de Yoga.
Foram 58 pessoas (52 mulheres e 6 homens) avaliados. A terapia de yoga foi realizada em grupos de 10 a 12 pacientes em aulas semanais de 60 minutos cada, durante 8 semanas. As aulas eram iniciadas com um relaxamento e uma breve conversa sobre a condição física e mental, seguida por exercícios suaves de hatha yoga e finalizada com a prática de técnicas meditativas. Cada participante também ganhou um CD e um manual impresso com o objetivo de motivar o treinamento em casa. Todos os indivíduos foram orientados a preencher questionários, antes do início das práticas da terapia de yoga e após a finalização da intervenção.
Para as avaliações foram utilizadas a escala de Transtorno de Ansiedade Generalizada auto relatada (GAD-7) , Questionário de Saúde do Paciente – 2 (PHQ-2) para investigação do estado depressivo, e o questionário EORTC QLQ-FA13 para análise da fadiga relacionada ao câncer. Após 6 meses do término das intervenções os indivíduos foram interrogados para investigar a manutenção da prática de yoga entre eles e quais motivos para sua permanência ou desistência da atividade.
Os efeitos da prática de yoga foram positivos na redução dos sintomas de ansiedade, depressão e fadiga com a terapia de yoga. Porém, notou-se que os sintomas depressivos permaneceram estáveis durante o período de seguimento após a conclusão do tratamento, enquanto a ansiedade e a fadiga aumentaram ligeiramente após o término da terapia. Segundo o teste, o nível de ansiedade diminuiu de 7,04 pré intervenção para 4,85 pós intervenção e 5,69 após 6 meses de término da intervenção. Já os sintomas de depressão mediam 1,8 na avaliação inicial, 1,24 pós e 1,25 nos 6 meses pós intervenção. A fadiga foi de 28,19 pontos no pré intervenção para 23,82 logo a pós o termino do período de prática de yoga, subindo ligeiramente após 6 meses de intervenção para 25,75.
Um percentual expressivo da amostra (69%) relatou continuar a praticar yoga após a intervenção, a maioria por conta própria (78%). Apesar desta prática ser realizada em média menos de 45 minutos de 1 a 2 vezes na semana os benefícios que mais contribuíram para a persistência a atividade foi a sensação de redução do cansaço (relatado por 82% das participantes) e o ganho de condicionamento físico (relatado por 97%).
