A prevalência de dor crônica na coluna, mais especificamente na coluna cervical, para a população adulta é de 71%. O exercício físico é importante para esta vasta parcela da população porque já se mostrou eficaz para redução da dor. Esse estudo analisou características clínicas e morfológicas nos músculos da coluna cervical antes e depois de um programa de treinamento para pessoas com dor crônica na região.
O experimento durou um mês e meio (seis semanas) e contou com 56 participantes de 18 até 50 anos que foram divididos em três grupos de exercícios: pilates, yoga e exercício isométrico. Foram excluídos do estudo pessoas com histórico de cirurgia na coluna cervical, trauma cervical, doenças do sistema nervoso central, radiculopatia cervical e inflamação aguda na região.
Para avaliar os benefícios gerados por cada exercício, os pesquisadores avaliaram o nível de dor, qualidade de vida, incapacidade física, amplitude de movimento ativo do pescoço, presença e nível de depressão. Além disso, através de ultrassom, foi avaliada a morfologia dos músculos escaleno anterior, esternocleidomastóideo, trapézio, semiespinal e esplênio da cabeça.
Os voluntários de cada grupo fizeram seus respectivos treinos (yoga, pilates e isometria) três vezes na semana sob supervisão profissional e, além disso, receberam incrementos para auxiliar na dor (estimulação nervosa transcutânea, fisioterapia e bolsas térmicas quentes).
Nos três grupos as variáveis dor, incapacidade física, depressão e qualidade de vida melhoraram de maneira similar. Contudo, a espessura do músculo semiespinal da cabeça foi maior apenas no grupo que fez pilates, o que está de acordo com outros estudos que mostraram que o pilates, bem como o yoga, possuem componentes que fortalecem a musculatura do pescoço e da coluna cervical, sendo um fator relevante para aliviar a dor crônica causada por instabilidade espinhal e o que torna ambas modalidades altamente recomendadas para tratar dor crônica e outras variáveis pertinentes para pessoas com dor cervical crônica.