Efeito de 12 semanas de treino aeróbio ou resistido no tratamento da hipertensão arterial.

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A hipertensão arterial sistêmica (HAS) afeta 32% dos adultos (homens e mulheres) na sociedade brasileira, aumentando os riscos de mortalidade cardiovascular. De 10 a 30% dos casos são de hipertensão arterial resistente (HAR) uma doença multifatorial, ambas patologias são tratadas por meio de fármacos. Entretanto, estudos apresentam a importância da prática de atividades físicas como tratamento complementar, considerando a eficácia dos treinos aeróbicos (TA) para o melhor controle da pressão arterial (PA), podendo levar a diminuição de 5 até 15mmHg. Há consenso na literatura dos efeitos do treinamento de resistência (TR) para a melhora da pressão sanguínea (PS).
Visto o respectivo senário, o objetivo do artigo foi investigar e comprovar a eficácia da prática constante de treinamentos aeróbicos e resistidos para a controle e tratamento da hipertensão arterial.
O estudo contou com 11 participantes – 3 homens e 8 mulheres – com idade entre 50 e 70 anos, que não apresentavam outras comorbidades que afetassem a PA e que não tivessem envolvimento diário com exercícios. Foram divididos em dois grupos: 5 participantes no grupo TR e 6 participantes no grupo TA. Antes da intervenção os participantes passaram por testes clínicos e laboratoriais, analisando: capacidade antropométrica, biomecânica, 24h de obtenção da PS, dimensões físicas e composições corporais. Com protocolos e equipamentos específicos para a coleta.
Durante o período de 12 semanas os grupos foram direcionados as intervenções, sendo praticadas 3 vezes por semana, tendo obrigatoriedade de no mínimo 80% de frequência. Ambos grupos seguiram o mesmo protocolo de aquecimento, com prática de 10 minutos de bicicleta ergométrica com intensidade de 50%. E um momento de relaxamento pela pratica de alongamento (ativo e passivo). O protocolo desenvolvido para o grupo TR utilizou um circuito com intervalo de 10 – 15min entre cada exercício, com 3 sets e 10 repetições, entre os exercícios: remo neutro, agachamento e flexão plantar em pé. Adaptados as condições físicas e motoras de cada paciente. Já o protocolo para o grupo TA contou com 40 minutos de prática, entre elas bicicleta estacionária e o ergômetro elíptico. Ao final do programa de exercício, as avaliações iniciais foram refeitas.
Com os resultados dos testes o estudo constatou que, no período ativo o grupo TA obteve melhoras significativas na pressão arterial média e na pressão sanguínea sistólica, sendo que em 24h de análise apresentaram diminuição de 14,7 e 10mmHg. Já o grupo TR apresentou uma melhora nos níveis de HDL e sem alteração na PA. Todavia, o tempo do estudo foi considerado curto para observar melhoras pelo TR, considerando que um estudo apontado pelos autores, levou 52 semanas para se observar efeitos positivos na PA com TR.
Desta forma, os autores concluíram, que no período de 12 semanas, foi possível verificar a melhora da pressão sanguínea por meio de treino aeróbico, para o tratamento da hipertensão. Porém, apesar de apresentar melhora nos níveis de HDL, não foi possível observar resultados expressivos no tratamento da hipertensão com a prática de exercícios resistido, sendo o curto período de treinamento testado um fator limitante para a obtenção desse resultado.

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Graduação em educação física e saúde pela Universidade de São Paulo (USP).

Referência bibliográfica

CARVALHO, C. et. al. Aerobic and resistance exercise in patients with resistant hypertension. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. Minas Gerais, v.25, n.2, p.107-111, 2019.

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Exemplo: Graduação em educação física e saúde pela Universidade de São Paulo (USP)