A asma é uma doença respiratória crônica caracterizada por inflamação das vias aéreas, que pode resultar em sintomas como falta de ar e sibilância (assobio ou chiado, que pode ser ouvido durante a respiração) durante o exercício físico. Embora o exercício seja benéfico para a saúde geral, pacientes com asma, inclusive crianças com asma, podem enfrentar limitações devido ao medo de desencadear sintomas durante a atividade física.
Este estudo teve como objetivo investigar o efeito de um programa de exercícios combinados (resistência e aeróbio) na aptidão física, função pulmonar, controle da asma e a qualidade de vida em um grupo de crianças com asma, de leves a moderadas, com sintomas ao fazer exercício.
O programa de exercícios durou 12 semanas e foram avaliados 53 pacientes, crianças e adolescentes, com idade entre 7 e 17 anos. Foram excluídos do estudo pacientes que precisaram aumentar a medicação basal, tiveram exacerbação respiratória que exigiu corticosteroides sistêmicos nos últimos 3 meses ou presença de crise leve no último mês; que tiveram problemas no sistema locomotor que interferissem na avaliação; que fizeram uso irregular da medicação prescrita pelo médico e que tivessem outra doença crônica respiratória ou cardíaca que causasse sintomas durante o exercício. Durante o estudo, os pacientes foram submetidos a exercícios combinados (resistência e aeróbio), em sessões de 60 minutos, com uma frequência de 3 dias/semana (36 sessões no total), de segunda a sexta-feira.
O treinamento era composto por aeróbico na bicicleta ergométrica e circuitos de exercícios de resistência (supino, desenvolvimento de ombros, extensão de pernas, leg press, flexão de pernas, crunch abdominal, extensão de lombar, rosca direta, extensão de cotovelo, remada sentada e puxada lateral). Para cada exercício, os participantes realizaram uma série de 12 a 15 repetições (com duração total de aproximadamente 20 segundos), sem período de descanso entre os exercícios. A carga foi gradualmente aumentada à medida que a força de cada criança melhorava.
Vários estudos, incluindo este, mostraram que o treinamento físico não tem um impacto relevante na função pulmonar de crianças com asma. Também não foram encontradas mudanças significativas em relação ao controle da asma, a qualidade de vida e a mobilidade funcional após os 3 meses de intervenção.
Porém, os resultados demonstraram que o programa de 12 semanas de treinamento combinado melhorou a aptidão respiratória e a força muscular em crianças e adolescentes com asma controlada e rotina de exercícios. Os efeitos de um programa de treinamento físico combinado em pacientes graves ou com resistência à terapia ainda precisam ser investigados.
