Exercícios de endurance e de resistência: diminuição de efeitos colaterais da quimioterapia em mulheres com câncer de mama.

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O câncer de mama é uma das doenças com maior prevalência entre as mulheres, e seu percentual de tratamento bem sucedido também são altos, entre eles os complementares a cirurgia como a quimioterapia e radioterapia, que frequentemente apresentam diferentes efeitos colaterais como: falta de energia, aumento de estresse (processo do tratamento), enjoos e dores. Visto a importância da temática exercício e Câncer de mama para compreender e melhorar a qualidade de vida das mulheres com este diagnóstico, o estudo teve o objetivo de analisar os efeitos de uma sessão de exercícios de endurance (aeróbico) ou de resistência logo após uma sessão de quimioterapia para a melhora dos efeitos colaterais (energia, estresse, enjoo e dor). Outros aspectos foram observados como: tipo de exercício praticado, permanência dos efeitos do exercício após 3h e a influência da prática pré diagnóstico.

O estudo teve característica observacional, sendo que, os participantes estavam realizando outra intervenção de característica experimental, que contava com pacientes diagnosticados com três tipos diferentes de câncer incluindo o câncer de mama, com prática de 6 meses, duas vezes semanais de exercícios de resistência, executados em uma academia pública com supervisão de um profissional, em máquinas como: leg press, chest press e leg extension, e exercícios de endurance feito em casa com supervisão apenas na primeira sessão em uma academia, controlados pela frequência cardíaca.

Foram selecionadas apenas parte da amostra, cujos diagnóstico eram câncer de mama (68 mulheres), entre tanto apenas 57 forma incluídas no estudo. Trinta e uma (31) mulheres foram alocadas no grupo resistência e 26 no grupo endurance. Com dados da primeira semana de intervenção após a segunda sessão de quimioterapia.
Vários questionários foram aplicados pré, pós e 3h após intervenção que tinham o objetivo de coletar percepções como energia, estresse, dor e enjoo. E obtiveram algumas características e dados de saúde por meio dos históricos médicos das participantes.

Ao final do estudo os autores observaram que ambos os grupos apresentaram melhoras significativas, sendo que o grupo endurance apresentou melhoras de 73% de energia, 58% de estresse, 71% de enjoo (com 14% de piora, e o grupo resistência apresentou 71% energia, 65% estresse e 75% enjoo (19% piora). Para a variável dor, não foi feita nenhuma análise, porém, 19 participantes totais apresentaram dor antes do treino, sendo que o motivo era desconhecido. As pioras de enjoo apresentadas em ambos os grupos não foram significativas, pois os autores não foram capazes de definir o motivo, podendo ser oriundos de efeitos colaterais de algum dos medicamentos de controle de enjoo utilizado pelas pacientes. Já em relação aos dados obtidos sobre a variável estresse, os autores pontuaram não ser possível correlacionar os achados apenas aos efeitos da própria prática pois variáveis externas como ambiente e convivências sociais, podem afetar diretamente este sintoma.

Em síntese concluíram que ambas as práticas causaram efeitos positivos para a diminuição dos efeitos colaterais logo após uma sessão de quimioterapia, desde a primeira prática, ressaltando a importância da prática de exercícios físicos para pacientes com câncer de mama em tratamento. Destacam também a importância do estudo da temática Exercício e Câncer de mama, afim de melhor compreender como a prática de atividade física pode influenciar na prevenção e no período pós tratamento das sobreviventes desta doença.

Leia também sobre os efeitos do treinamento combinado para mulheres obesas com câncer de mama. 

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Graduação em educação física e saúde pela Universidade de São Paulo (USP).

Referência bibliográfica

JOHNSSON A. et al.. A single exercise session improves side-effects of chemotherapy in women with breast cancer: an observational study. BMC CANCER. V.19, n.1073, p.1-9, 2019.

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Exemplo: Graduação em educação física e saúde pela Universidade de São Paulo (USP)