Asma é uma doença que pode estar associada a diversas comorbidades como obesidade, sedentarismo, depressão e ansiedade. Desta forma, o objetivo do estudo foi analisar em indivíduos asmáticos, obesos e sedentários a influência da prática de exercício físico para perda de peso e a relação dessa com a diminuição dos sintomas da asma em pessoas obesas.
A amostra contou com 56 participantes adultos, majoritariamente do sexo feminino, com idades entre 30 a 60 anos, recrutados do hospital universitário com diagnóstico de asma (moderada a grave) controlada com medicamento há, no mínimo, 6 meses e com obesidade grau II. Os critérios de exclusão foram: histórico de tabagismo, doenças musculares e uso de medicamentos como para emagrecimento e corticoides.
Os participantes foram aleatoriamente separados em dois grupos e receberam acompanhamento nutricional e psicológico. O primeiro grupo contou com 26 participantes (WL+E) e o segundo com 25 (WL+S), visando a perda de peso. O programa de treino de WL+S foi de alongamento e exercícios de respiração, baseados na yoga e o alongamento focando nos grandes grupos musculares com permanência de 10 segundos, cada exercício. Já o de WL+E, realizou um programa de exercícios aeróbicos, bicicleta e máquina de exercícios elípticos com intensidade de 50% a 75% de pico de VO², somado a exercícios de resistência para músculos do peitoral, deltoide, quadríceps e isquiotibiais. Toda a intervenção foi executada durante 3 meses (duas vezes na semana) na clínica de reabilitação respiratória do hospital universitário com supervisão de um fisioterapeuta.
Os níveis dos sintomas da asma foram analisados após cada sessão de exercício, foram aferidos também pressão sanguínea e o pico de expiração, parte dos dados foi obtido através do monitoramento por sensores de movimentos, teste cardiopulmonar usando bicicleta ergométrica e teste de força muscular. Dados de frequência cardíaca coletados do grupo WL+E foram mensurados através de acelerômetro. Além dos dados físicos alguns dados psicológicos foram obtidos pela aplicação de questionários, como o “Hospital Anxiety and Depression Scale” (HADS), que determina o grau de ansiedade e depressão, e o questionário de Berlin, para mensurar a qualidade do sono, avaliando também os riscos de OSA (riscos de apneia durante o sono).
Ao final do estudo os autores constataram que os níveis de ansiedade não apresentaram mudança significativa, mas observaram melhoras nos quadros de depressão. Nos sintomas de asma obtiveram melhoras em ambos os grupos, sendo mais significante no grupo WL+E (exercícios aeróbicos). Indivíduos de ambos os grupos apresentaram melhoras na perda de peso, com maior percentual de perda no grupo que praticou exercícios aeróbios e resistidos, porém não se pode afirmar que a perda de peso estava relacionada diretamente aos protocolos de exercícios realizados pois variáveis externas como, por exemplo, a dieta dos participantes não foram controlados.
Portanto, o estudo provou que a prática de exercício físico como tratamento da asma em pessoas obesas e sedentárias, auxilia na melhora dos sintomas da obesidade e da asma, além de diminuírem os quadros de depressão e melhorarem a qualidade do sono. Constataram também que as pessoas passaram a ser mais ativas após a intervenção e diminuíram os medicamentos de controle da asma, além de observar o fato de que a perda de peso diminuiu as chances de desenvolvimento de outras patologias. Entretanto, o estudo apresenta maior prevalência de indivíduos do sexo feminino e uma variabilidade nos tipos de comorbidades inclusas e exclusas da amostra, assim as limitações de abrangência da pesquisa devem ser consideradas.
Exercícios físicos para perda de peso e diminuição dos sintomas da asma em pessoas obesas
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