Informações clínicas de amputação transtibial: como isso pode ajudar na reabilitação?

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O objetivo deste artigo foi observar o efeito da amputação transtibial (TT) na distribuição do peso corporal, senso de posição articular do joelho e força do quadríceps e isquiotibiais em pacientes com próteses.

Os critérios de inclusão para este estudo foram: idade entre 18 e 50 anos, amputação unilateral por etiologia traumática e uso de prótese há pelo menos um ano. Estes pacientes não poderiam ter diabetes, lesão prévia no joelho ou cirurgia em qualquer um dos membros ou apresentarem algum distúrbio.

Sendo assim, foram divididos dois grupos: o grupo com amputação transtibial (TT) e o grupo controle, cada grupo com 16 participantes.

Foram avaliados a distribuição do peso corporal, senso de posição articular do joelho e força do quadríceps e isquiotibiais. A distribuição do peso corporal foi feita através de duas plataformas de força, na qual o participante deveria ficar parado em posição ortostática com um pé em cada plataforma por 60 segundos. Foram realizadas três vezes com intervalo de 30 segundos de descanso entre cada medição.

Já a avaliação de propriocepção foi realizada com os indivíduos sentados, vendados e com as pernas penduradas. Primeiramente, o avaliador mandava o paciente estender o joelho até falar “para”, mantinha a perna nesta posição por três segundos e depois retornava para posição inicial. Após três segundos de descanso, o paciente deveria retornar a posição que a perna estava. Foram realizadas quatro séries para cada membro.

Por fim, para a avaliação da força muscular, foi utilizado um dinamômetro posicionado anteriormente ou posteriormente na posição mais distal do coto/perna. Os pacientes estavam na mesma posição que o teste passado e deveriam realizar isometricamente a contração voluntária máxima contra o dinamômetro. Foram realizadas três tentativas com intervalo de 30 segundos entre cada série. Apenas a avaliação da distribuição do peso corporal foi realizada com a prótese.

A partir disso, foi observado que o grupo da amputação transtibial apresentou distribuição assimétrica do peso corporal, com maior peso no membro não amputado. Sobre a propriocepção, não foi observada nenhuma diferença significativa e sobre o pico de torque, foi observado que tanto para o quadríceps quanto para os isquiotibiais, o membro amputado apresentou valor inferior ao não amputado e ao grupo controle.

Os resultados obtidos sobre a propriocepção, podem ser justificados pela manutenção das estruturas articulares do joelho (cápsula articular, ligamentos e tendões) e pelas ações musculares voluntárias usadas durante a avaliação.

Analisando os resultados da força muscular, observamos que o quadríceps foi o mais afetado. Os isquiotibiais apresentaram 2,6 vezes mais força no membro sadio do que no membro amputado, enquanto o quadríceps apresentou 3,8 vezes mais força. Isso pode ser justificado, já que a prótese funciona como uma resistência à flexão durante a deambulação.

Com isso, pode-se concluir que este estudo apresentou informações clínicas sobre o estado clínico dessa população, e isso pode auxiliar novos programas de reabilitação para profissionais de educação física e fisioterapeutas, nos evidenciando uma importante diferença de força e relevante assimetria na distribuição do peso.

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Educação Física e Saúde - Universidade de São Paulo (EACH-USP)

São Paulo,

SP

Referência bibliográfica

FILHO, C. et. al.. Bodyweight distribution between limbs, muscle strength, and proprioception in traumatic transtibial amputees: a cross-sectional study. Clinics. Brasil, v. 76, n. 2486, p. 1-7, 2021.

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Exemplo: Graduação em educação física e saúde pela Universidade de São Paulo (USP)