O impacto de oito semanas de treino em pacientes com câncer de cabeça e pescoço

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Atualmente, mais de 650 mil pessoas são diagnosticadas com câncer de cabeça e pescoço todos os anos ao redor do mundo. Os principais tratamentos contra este tipo de câncer são a quimioterapia, radioterapia, cirurgia ou uma combinação de todos. A cisplatina é uma das drogas mais utilizadas no tratamento deste tipo de câncer, porém, mesmo com todos os benefícios relacionados à luta contra o câncer esta medicação traz vários dos já conhecidos efeitos colaterais vistos em pacientes oncológicos como fadiga, náuseas/vômito e supressão do sistema imunológico, por exemplo.

O objetivo do artigo foi entender se pacientes com câncer de pescoço e cabeça em processo de quimioterapia com o uso de cisplatina podem melhorar seu condicionamento físico. Quarenta pessoas, homens e mulheres acima dos 20 anos de idade, foram analisadas, destas, vinte foram alocadas ao grupo intervenção e outras vinte ao grupo controle (não receberam nenhum tipo e intervenção por parte do estudo). Todas foram avaliadas igualmente. O tipo de câncer mais comum nos participantes foi o de nasofaringe. O período de intervenção/treinamento durou 8 semanas.

A primeira avaliação física foi realizada uma semana antes do início do primeiro ciclo de quimioterapia e a segunda uma semana depois do último ciclo. Foram avaliados: composição corporal, força muscular, equilíbrio dinâmico, flexibilidade e condicionamento cardiovascular. O grupo controle não recebeu intervenções nem informações no que diz respeito à prática de atividade física. Já o grupo que recebeu a intervenção treinou 3 vezes na semana, durante 8 semanas. Os treinos combinavam 5 minutos de aquecimento, 30 minutos de esteira, 15 minutos de força e, por fim, 5 minutos de volta à calma.

Os principais resultados encontrados foram que:

  • no grupo que treinou, comparado ao grupo controle, a porcentagem de gordura foi menor, o percentual de massa magra foi maior, bem como o equilíbrio dinâmico, força e flexibilidade dos membros superiores e inferiores,
  • no grupo que não treinou a flexibilidade e força muscular dos membros superiores e inferiores diminuiu ao longo das 8 semanas, também diminuíram o índice de aptidão físico, a taxa de recuperação cardiológica, entre outros aspectos.

Resumidamente, pacientes em tratamento quimo e radioterápico podem melhorar seu condicionamento físico, incluindo composição corporal, equilíbrio, força muscular e qualidade de vida, além de aliviar a deterioração do condicionamento cardiovascular, através de um programa de 8 semanas de treino combinando exercício aeróbio, resistência e flexibilidade.

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Graduação em educação física e saúde e mestrado em ciências da atividade física pela Universidade de São Paulo (USP). Membro da Sociedade Brasileira de Atividade Física e Saúde (SBAFS) e colunista Encyclo.

Referência bibliográfica

LIN, K. Y. et al. Effects of exercise in patients undergoing chemotherapy for head and neck cancer: a pilot randomized controlled trial. International Journal of Environmental Research and Public Health. Taiwan, 2021.

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