Os benefícios da atividade física para crianças e adolescentes autistas

Favoritar:

A atividade física é uma grande ferramenta no tratamento de sintomas de crianças e adolescentes autistas na atualidade e, desta forma, é essencial que o profissional da educação física se aprofunde nessa área de estudo para poder oferecer ajuda a tais indivíduos. Por esse motivo, este estudo procurou reunir os trabalhos mais relevantes da década (2010-2019) e através de uma meta-análise avaliou quais benefícios são proporcionados pela prática de atividade física para crianças com TEA, e também para adolescentes.
Nesta meta-análise foram selecionados 12 trabalhos com os seguintes critérios de inclusão: ensaios randomizados, crianças e adolescentes como público-alvo, intervenção com atividade física e os resultados contendo mudanças na escala de autismo e/ou habilidades motoras. A base de dados para a pesquisa envolveu a CNKI, WanFang Data, VIP Database for Chinese Technical Periodicals, PubMed, Scopus e Web of Science, sendo os textos em inglês ou chinês. O artigo conceitua a atividade física como qualquer forma de movimento que altere o consumo de energia pela contração do músculo esquelético.
Os resultados da pesquisa literária nos mostraram que as atividades físicas mais estudadas foram esporte, exercícios aeróbios, karatê e equitação. A frequência média de sessões foi de 3 vezes por semana, com duração de 45 a 90 minutos e um período experimental total variando de 4 a 24 semanas.
Como principais desfechos o estudo nos trouxe que a atividade física: (1) melhora a habilidade de interação social em crianças e adolescentes, segundo 3 estudos; (2) proporciona avanço na comunicação, de acordo com 4 estudos também nas duas faixas etárias, (3) estimula progresso nas habilidades motoras de crianças, sem a mesma significância para adolescentes; e (4) diminui o nível de autismo, observado em 3 estudos, em crianças, e novamente, não houve resultados significantes para adolescentes nesse aspecto. É importante destacar que os desfechos que expuseram efeitos apenas em crianças, na realidade tinham uma amostra composta apenas ou em maior número por crianças.
A discussão do trabalho revelou que um dos tópicos dos resultados referente a atividade física como auxiliar na melhoria dos comportamentos estereotipados de autistas (como as ações repetitivas e sem finalidade definida) que não apresentou significância poderia ser esclarecida pela razão dos autistas necessitarem alcançar um certo nível de excitação e estimulação sensorial nesses comportamentos, e tal provocação é alcançada de forma semelhante pela atividade física. No entanto, a atividade física precisaria ser somada a uma terapia convencional, o que não ocorreu nos ensaios analisados, e, portanto, não apresentou resultados significativos.
Além dos resultados apresentados os autores concluíram que a evolução das habilidades de interação social, de comunicação, habilidades motoras e a diminuição do grau de autismo para crianças e adolescentes por meio de propostas de intervenção com a atividade física deve ser mais bem investigada para que esses indivíduos possam se desenvolver o mais adequadamente possível no âmbito social e evitar assim o isolamento, que poderia facilitar o desdobramento do sedentarismo e do atraso intelectual, evidenciando a importância da atividade física para crianças com TEA.

Siga nossas redes sociais! Encyclo também está no Facabook.

 

Cadastre-se ou faça login para acessar esse e outros conteúdos na íntegra gratuitamente.

Graduação em educação física e saúde pela Universidade de São Paulo (USP).

Referência bibliográfica

HUANG, J. et. al. Meta-Analysis on Intervention Effects of Physical Activities on Children and Adolescents with Autism. International Journal of Research and Public Health. China. v. 17. n. 1950, p. 1-11. 2020.

Compartilhar:

Seja parceiro

Seja um colunista

Preencha o formulário abaixo

Exemplo: Graduação em educação física e saúde pela Universidade de São Paulo (USP)