Os benefícios de programas de treinamento físico para idosos com doença arterial periférica

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A doença arterial periférica (DAP) é causada pelo acúmulo de gordura nas paredes arteriais conhecido como aterosclerose. Essa patologia diminui o fluxo sanguíneo periférico, especialmente nos membros inferiores, causando a redução da força muscular. Conforme a doença vai progredindo no músculo esquelético aumentam-se os riscos de desnervação, depleção de miócitos (células do tecido muscular), perda de fibras do tipo II (atrofia) e redução de unidades motoras.
Tendo isso em vista, a caminhada nórdica vem ganhando destaque como alternativa de exercício físico para indivíduos com DAP ao possibilitar ao sujeito um maior consumo de oxigênio e gasto de energia postergando a percepção da fadiga, graças aos “mastros” utilizados na atividade. Além disso, trabalha tanto os membros inferiores quanto os superiores e diminui o risco de lesões em idosos.
Sendo assim, o objetivo do estudo foi analisar os efeitos de três tipos de treinamento físico no desempenho da força muscular e na distância percorrida em idosos com doença arterial periférica.
Participaram do ensaio 95 pessoas, das quais 80 completaram todo o programa de 3 meses, sendo divididos em: grupo I – caminhada na esteira, grupo II – caminhada nórdica e grupo III – caminhada nórdica e treino resistido. Além do treinamento foram feitos testes para avaliação da distância percorrida (Teste de caminhada de 6 minutos), onde o indivíduo tinha que andar em um corredor de 30 metros mantendo seu ritmo casual do dia a dia até que a dor da claudicação intermitente o impedisse de continuar o teste; e outro para análise de parâmetros isocinéticos de força-velocidade dos músculos flexores e extensores das articulações do joelho e do tornozelo através de um dinamômetro. A intervenção ocorria 3 vezes por semana, com um total de 36 sessões, que duravam 45 minutos.
Os principais achados do estudo mostraram que todos os tipos de treinamento trouxeram melhora nos resultados da distância percorrida e que os grupos de caminhada nórdica e grupo combinado demonstraram melhora na questão de força-velocidade ao aumentarem seu nível de força no teste de caminhada de 6 minutos.
O artigo chega a conclusão, então, que o treino que usou a combinação da caminhada nórdica e o exercício resistido é o mais indicado para indivíduos com dor causada pela doença arterial periférica em comparação ao treino em esteira ou da caminhada nórdica sozinha, mas que todos os tipos de atividade foram benéficas ao aumentarem a distância percorrida dos participantes, efeito de extrema importância pela ajuda na realização das funções cotidianas desse grupo. Além do mais, a caminhada nórdica pode ser um modelo atrativo como forma de reabilitação, ajudando a evitar o abandono em programas de treinamento físico.

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Graduação em educação física e saúde pela Universidade de São Paulo (USP).

Referência bibliográfica

KROPIELNICKA, K. et. al. Influence of the Physical Training on Muscle Function and Walking Distance in Symptomatic Peripheral Arterial Disease in Elderly. BioMed Research International. Polônia. v. 2018. p. 1-16. 2018.

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Exemplo: Graduação em educação física e saúde pela Universidade de São Paulo (USP)