Vários estudos estabeleceram a eficácia de intervenções planejadas utilizando exercícios físicos no tratamento da hipertensão arterial (HTA) com exercícios em terra e aquáticos, mas comparações entre os dois tipos de exercícios em idosos hipertensos treinados em diferentes modalidades são escassas. Além disso, os efeitos da hipotensão pós-exercício com exercícios em terra e aquáticos nas próximas 24 horas precisam de investigações adicionais.
O objetivo deste estudo foi entender como diferentes tipos de exercícios, como os feitos em terra firme e na água, podem afetar a pressão arterial de pessoas idosas com hipertensão.
A população do estudo consistiu em 40 mulheres idosas com hipertensão arterial. Vinte participantes foram treinadas em exercícios aquáticos (EM) e 20 em exercícios em terra (ET). As participantes foram divididas em quatro grupos: o grupo 1 realizou exercícios aquáticos e foi submetido a medições de pressão arterial após uma sessão de exercícios; o grupo 2 realizou exercícios aquáticos e tiveram suas pressões arteriais de base avaliadas, o grupo 3 realizou exercícios em terra e foi submetido a medições de pressão arterial após uma sessão de exercícios e o 4 realizou exercícios em terra e teve suas pressões arteriais de base avaliadas. Os grupos 2 e 4 serviram como referência, para avaliar se houveram mudanças na pressão arterial imediatamente após o exercício em água e terra, respectivamente. O estudo envolveu a avaliação das pressões arteriais em repouso e pós-exercício ao longo de um período de 24 horas. Os grupos 1 e 3 realizaram uma sessão de exercícios após 15 minutos de repouso na posição sentada. As sessões de exercícios consistiram em atividades aeróbicas, exercícios de força e alongamento com duração total de 50 minutos.
Para avaliação, foram utilizados dispositivos de monitoramento ambulatorial da pressão arterial para avaliar a pressão arterial ao longo do dia e da noite. A frequência cardíaca também foi monitorada durante as sessões de exercício. A capacidade aeróbica máxima foi avaliada por meio de um teste progressivo em esteira.
As avaliações foram realizadas para comparar os efeitos dos exercícios aquáticos e em terra sobre as pressões arteriais em repouso e pós-exercício, bem como para avaliar a capacidade aeróbica máxima dos participantes. As medições foram realizadas antes, durante e após as sessões de exercício, além de avaliações contínuas por meio do monitoramento ambulatorial da pressão arterial durante as 24 horas seguintes às sessões de exercício.
Os resultados demonstraram que idosos hipertensos do grupo 1, que se exercitaram na água e tiveram suas pressões arteriais medidas após a sessão de exercícios, apresentaram reduções significativas na pressão arterial sistólica e diastólica. Durante o dia, a pressão arterial sistólica diminuiu em média 10 mmHg e a diastólica diminuiu cerca de 6 mmHg após o exercício aquático. No entanto, no Grupo 3, que realizou exercícios em terra e passou pelas mesmas medições após o exercício, as reduções na pressão arterial sistólica e diastólica foram menores, com cerca de 3 mmHg para a pressão arterial sistólica (AS) e 2 mmHg para a diastólica.
Além disso, ao comparar os grupos 1 e 3, foi observado que a redução da pressão arterial após o exercício no grupo 1 foi mais acentuada e duradoura. A hipotensão pós-exercício no Grupo 1 durou por 24 horas após o exercício, enquanto no Grupo 3 a redução da pressão arterial só foi observada em até a 12ª hora após o exercício.
Conclui-se que os exercícios aquáticos tiveram um impacto mais substancial na redução da pressão arterial em comparação com os exercícios em terra, proporcionando benefícios mais prolongados para a saúde cardiovascular dos participantes do grupo 1.