Os efeitos duradouros da COVID-19 podem incluir distúrbios cardiovasculares, respiratórios, musculares, esqueléticos, metabólicos, psicológicos e sintomas persistentes que podem prejudicar a qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS). O objetivo deste estudo foi investigar os efeitos de um programa de treinamento de exercícios em casa de 16 semanas na qualidade de vida relacionada à saúde, capacidade funcional e sintomas persistentes em sobreviventes de COVID-19 grave/crítico.
Participantes com 45 anos ou mais foram divididos em grupos de intervenção e controle. O grupo de intervenção passou por um programa de treinamento de exercícios em casa de 16 semanas, enquanto o grupo controle recebeu orientações para um estilo de vida saudável. O programa de treinamento envolveu exercícios aeróbicos e de força, adaptados com base na capacidade funcional dos pacientes, o estudo não especifica quais exercícios foram selecionados.
Foram avaliadas a qualidade de vida relacionada à saúde, capacidade cardiorrespiratória, função pulmonar e força muscular por meio de testes específicos. Pacientes com hipertensão monitoravam a pressão arterial antes das sessões de treinamento, e aqueles com diabetes tipo 2 mediam a glicemia. A análise padrão de cuidados incluiu diretrizes para um estilo de vida saudável.
Os principais resultados demonstraram que os participantes do grupo de intervenção, ou seja os indivíduos submetidos ao treino em casa, tiveram melhorias significativas em vários aspectos. Por exemplo, houve um aumento de 16,8 pontos na pontuação do resumo do componente físico da qualidade de vida, incluindo melhorias em capacidade física, saúde geral e vitalidade. Além disso, a capacidade funcional aumentou, com uma média de 2,38 repetições a mais no teste de levantar e sentar em 30 segundos. O programa também ajudou a reduzir alguns sintomas persistentes, como fraqueza muscular (35,0% no grupo controle vs 4,8% no grupo de intervenção) e mialgia (55,0% no grupo controle vs 19,0% no grupo de intervenção.
A atividade física semanal aumentou significativamente no grupo que foi submetido ao programa de treinamento (328 min/semana). Além disso, houve melhorias em parâmetros de aptidão cardiorrespiratória, como eficiência do consumo de oxigênio (p<0,05). A gravidade da fadiga também foi reduzida.
Conclui-se, a partir destes resultados, que o programa de treino em casa é eficaz para melhorar a qualidade de vida física, a capacidade funcional e reduzir sintomas persistentes em sobreviventes de COVID-19 grave/crítico.